No plácido Distrito de Santa Maria,
município de Benedito Novo – Santa Catarina, nasceu aos 20 dias do mês Janeiro
de 1925 – Dia de São Sebastião - Gelindo Sebastião Buzzi, primogênito dentre os
21 filhos do casal Alberto Buzzi e Maria Girardi Buzzi. Seus antepassados são
naturais de Cremona, Lombardia, Itália. Seu bisavô Giovanni Buzzi se
estabeleceu em Ascurra em 1876 e seu avô Batista Buzzi em Santa Maria,
município de Benedito Novo.
Sua infância era
dividida entre as lidas no campo, cuidar dos irmãos menores, a igreja, a
escola, onde logo se destacou pelo amor ao estudo. “Bastião”, era a alcunha,
fazia questão de abrir a porta da escola para a professora e não deixava
ninguém se intrometer nesta tarefa.
Entre folguedos, peraltices, o carinho das
tias e das avós, teve infância bem vivida; de temperamento irrequieto, era
muito arteiro e curioso, e volta e meia aprontava algumas, deixando os pais
muito preocupados; o que mais o empolgava, eram os cavalos.
Seu pai tinha criação de gado e agricultura,
e tinha também uma eximia qualidade para domar cavalos, e assim, sempre havia à
disposição, potros para domar; essa paixão pelos cavalos continua até os
últimos dias de sua vida, e achava este animal o símbolo da força, da energia,
da elegância e da virilidade, como da águia achava um animal exímio e altivo,
sempre procurando horizontes.
A lembrança da terra natal, da mãe-natureza,
sempre o perseguira; estava presente nos cheiros dos pastos, nas auroras e
crepúsculos, no sumo dos frutos, na sombra das árvores, no eco das montanhas,
no verde das folhas, no silêncio dos matos, no relinchar dos potros, no canto
das aves, no mugir dos currais, no cheiro do milho verde, no estrondo das
cascatas, na gota de orvalho, no cio da primavera, no calor aconchegante do
Sol, no afago do vento.
Mas sempre cultivando a lembrança da família
lavradora, sempre envolvida com a comunidade, igreja, colégios (estudou o
primário 1933-1936 em Santa Maria), e outros afins.
Eis que em maio de 1936, Bastião deixa, como
um navio na esteira, todo esse mundo campesino, para estudar no Colégio dos
Irmãos Maristas, em Curitiba, onde cursou, com muito sucesso, o Ginásio, sendo
que no Curso de Admissão para aquela entidade passou em primeiro lugar.
De 1940 a 1943, cursou o Científico em Mendes
(Estado do Rio); nesse ínterim, serviu o exército como reservista em Barra do
Piraí (Rio).
Além
dos estudos programados, dedicava-se à literatura, à música, lia e escrevia
muito. Sua saúde ficou abalada, recebendo ordem do médico de, por seis meses,
não mais poder dedicar-se à todas as atividade físicas.
A
tendência literária de Gelindo cedo se manifestou; lia, escrevia, discursava,
representava no teatro. Entre seus discursos, pode-se citar: recepção do Arcebispo
do Rio de Janeiro (1941); recepção do Bispo de Curitiba (1943), saudação ao Dr.
Nereu Ramos (1950), saudação ao governador Irineu Bornhausem (1954),
inauguração do Colégio Comercial (1956), inauguração do Colégio Normal (1962),
inauguração do Pavilhão Municipal (1969), quatro vezes fez a preleção do dia 7
de setembro, cinco vezes Paraninfo e sempre orador dos diversos cursos
realizados. Constam dos arquivos mais de cinqüenta saudações.
Em 1943 a 1946, ficara em Curitiba para
terminar os cursos de Seminário, findos os quais foi destinado para ser
professor em Poços de Caldas (Minas Gerais). Foi uma etapa muito interessante,
repartida entre as tarefas de professor, a literatura, a música, o esporte,
passeios pela cidade de Minas Gerais e São Paulo, contato com fazendeiros, pais
de alunos. Além do Magistério foi nomeado Secretário do Colégio, regente do
Coral e da Capela, fundou o Grêmio Literário Afonso Clésio, escritor mineiro e
o jornalzinho do Colégio.
Tudo transcorria muito bem, mas a vocação não
era a vida religiosa. Assim, em 1949, toma outro rumo. Vem a Curitiba para
trabalhar numa firma de representações e importações e cursou o Curso Técnico
de Contabilidade no Colégio Dr. Plácido e Silva, contudo este também não era o
seu destino.
Em Curitiba estava hospedado na pensão de
Dona Elvira Bona, natural de Rio dos Cedros, quando recebeu visita do então
Prefeito de Timbó, Mário Luiz Schuster, convidando-o a colaborar na fundação de
um colégio, em companhia do Professor Urbano Bertoldi. Após breve troca de
correspondência, ficou acertada sua vinda para Timbó e em 05 de novembro de
1949, em homenagem ao grande estadista brasileiro – conhecido como Águia de Aia
- era fundado o Ginásio Ruy Barbosa.
A partir de então, em meio a toda sorte de
dificuldades, críticas, incompreensões, dedicou-se de alma e corpo à obra da
Educação.
Vejamos as
principais realizações: fundação do Ginásio Ruy Barbosa (1949), fundação da
Associação de Ensino de Timbó e nomeação como Diretor do Ginásio (1951),
criação da Biblioteca Luiz Delfino (1953), formação da primeira turma do
Ginásio (1953), criação do Colégio Comercial Dr. Leoberto Leal (1956), criação
do Colégio Normal (1962) e criação do Colégio Normal de Indaial (1961), onde em
época de 1964 seria tida a primeira formatura de turma.
Em 1963, empenha-se junto as autoridades do
Estado para a construção de um novo prédio para o Colégio Ruy Barbosa, junto
com o professor Urbano Bertoldi adquiriram um terreno de 10.000m2,
onde seria instalado em 1969, ano do Centenário de Timbó, onde em 1970
começaria a funcionar este novo estabelecimento.
Em 1972, criação do Núcleo Comum nos Colégios
Ruy Barbosa e Dr. Leoberto Leal, em 1974 criação do Curso Normal em Magistério,
em 1975 obteve sua licenciatura plena em Português e Inglês, em 1977
licenciatura plena em Francês, isto pela Faculdade Dom Bosco em Santa Rosa, Rio
Grande do Sul.
Em 1979 foi nomeado Diretor Geral em todos os
cursos e em 1980 criação dos Cursos de Mecânica Industrial, Crédito e Finanças.
Diretor do Colégio Dr. Leoberto Leal desde a
sua fundação em 1956 até sua aposentadoria em 1980, 36 anos.
Em 1986 a 1988, Secretário de Educação do
Município de Timbó, no Governo de Ingo Frederico Arthur Germer, em cujo governo
fora instalado o curso de informática e processamento de dados.
Em
1993, voltou a lecionar nos Colégio Ruy Barbosa e depois na Escola Básica Prof.
Juvenal Cardoso Zanella, onde comemorou seus 50 anos de trabalho como professor
e o fez feliz e contente como tudo que sempre fez.
É autor do livro do Centenário de Timbó e do
Hino do Centenário, em 1969, autor do Hino de Timbó, 1994, inúmeras crônicas e
colaboração em diversos jornais, além de discursos, poesias, dissertações,
colaborava junto ao Jornal do Médio Vale, e outras atividades.
Militou sempre na política, pertencendo a
Diretórios e Presidência de Partidos Políticos como o MDB e depois PMDB. Era da
opinião que todos deveriam se interessar pela política pois achava que se
omitindo, daria oportunidades e condições para se alavancar melhor a comunidade,
muitas vezes controlando os aproveitadores.
Homem de muito trabalho, sério e honesto, de
estudo, gostava muito de ler, de música clássica, de bom papo, adorava a
mãe-natureza e desta era ardoroso defensor e coletador, como se pode vislumbrar
junto ao quintal de sua residência, gostando também de antiguidades.
Ao longo de sua vida de Professor e Diretor
colheu muitas e grandes alegrias, como também decepções e incompreensões como
acontece com todo ser humano que se entrega e dedica ao que faz e possui
opinião própria e forte. Costumava repetir que a melhor resposta às críticas,
era fazer um trabalho sério e mostrar como se faz, e assim sempre o fez.
Assim ainda presta outras informações de
afazeres e funções, tais como:
Representante dos professores do Médio-Vale
do Itajaí.
Presidente e Fundador da Associação de
Criadores de Gado Bovino do Médio Vale do Itajaí por 4 anos, onde sempre foi um
entusiasta de criação de bovinos e cavalos.
Conselheiro Fiscal da
Cooperativa COBENO.
Conselheiro Fiscal da
Cooperativa Cravil.
Conselheiro Fiscal da
Cooperativa de Energia Elétrica de Santa Maria (Benedito Novo).
Membro do Rotary 1990
e de 1996 a 1997, foi presidente do mesmo.
Duas Comendas
recebidas pelo Circulo Militar de Curitiba, PR – 1984 (Comenda Tiradentes e
Marechal Deodoro).
Diversas placas,
medalhas, certificados, homenagens em diversos campos e expedidas por diversos
grupos.
Homenageado junto a
Praça dos Poetas na Cidade de Timbó, Santa Catarina.
Homenageado e
diplomado em diversas ocasiões por méritos referentes a Glória do Grande
Arquiteto do Universo, e junto a diversas Igrejas e Maçonarias.
Reconhecimento da
Academia Brasileira de História de São Paulo, 03/04/1987, recebendo em especial
a medalha e diploma pelo dinamismo na Construção da Nossa Pátria.
Recebeu do Instituto
Histórico e Cultural Pero Vaz de Caminha de São Paulo, a Insígnia do Mérito
Cívico comemorativa à Proclamação da República.
Sociedade Nacional do
Mérito Cívico, onde recebeu o Diploma e Comenda, além da Medalha XV de Novembro,
Curitiba, 08/04/1984.
Sociedade Nacional do
Mérito Cívico, recebeu o Diploma e Comenda, além da Medalha Marechal Deodoro,
Curitiba, 04/08/1984.
Medalha de Mérito
Municipalista, São Paulo, 09/07/1987.
Diploma do Mérito
Cívico Cultural, São Paulo, 17/11/1987.
Igreja dos Velhos
Católicos do Brasil, São Paulo, 19/11/1987, onde recebeu Comenda.
Sociedade Brasileira
de estudos Municipalistas, Medalha Tiradentes – Herói da independência, São
Paulo, 24/08/1987.
Obteve
– infelizmente - óbito em data de 30/06/1998.
VIDA PESSOAL
Teve
três filhos:
- Homero João Alberto
Gastaldi Buzzi.
- Marco Aurélio
Gastaldi Buzzi.
- Cícero Pompeu Conti
Buzzi.
E,
uma dedicada companheira, Senhora Benta Conti - Buzzi, além de bons e fiéis
amigos que sempre lhe valerem e tinham valor inestimável.
Em sua
Homenagem pós-vida:
Arquivo Histórico do Município de Timbó com o
seu nome, localizado na Praça Urbano Bertoldi (Praça do Chafariz).
Colocação do Hino do Município de Timbó, no
átrio Principal da Prefeitura de Timbó no ano de 2000.
Edificação de um Ginásio de Esporte com seu
nome junto à Escola de Educação Ruy Barbosa em 2002.
Por
Cícero Pompeu Conti Buzzi
(Acervo Arquivo Público Prof. Gelindo S. Buzzi - Timbó - SC.)
Sou Leda Maria Baptista, moro em Gaspar, conheci muito o Prof Gelindo S.Buzzi no colégio em Timbo. Atualmente estou interessada em obter informaçoes sobre Rosa Girardi, casada com luigi Poffo de Ascurra. Faleceu entre 1902 e 1905 em Ascurra e teve dois filhos: Narciso e Faustina. Esta Rosa, seria filha de Gioachino Girardi?
ResponderExcluirSou Leda Maria Baptista, moro em Gaspar, conheci muito o Prof Gelindo S.Buzzi no colégio em Timbo. Atualmente estou interessada em obter informaçoes sobre Rosa Girardi, casada com luigi Poffo de Ascurra. Faleceu entre 1902 e 1905 em Ascurra e teve dois filhos: Narciso e Faustina. Esta Rosa, seria filha de Gioachino Girardi?
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